segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

VÔMITOS


VÔMITOS
Sandro Sanchez

Por mais que eu diga que a fé acaba
que enquanto a esperança esteja viva
sabendo que não estarei sempre forte
apenas saberei
que o pacto com DEUS é o que vigora
que revigora
que infla
impacta
que sem a força
esta fé nunca me basta


Prioritário como a semente que cai
como a onda bate
que os pés descalços
são
estão
e serão empenhados em seguir
como a brisa que molha
como o palco que brilha
quando a luz inunda a pele
e sem sentido
me oriento

E sendo perseguido
pelo parto que a fé do início
sentecia
a cada dia que nasce
a cada pele que escama
e resseca
mas eu persistente
ciente do fim
pois assim o quero
o abrigo
o clero
o bastão no crânio
o tempero ardente


Então errei
mais uma vez
errei
vou tentando ser
quem não sou
e represento
como o motorista
que parece sempre
estável
mas não está
como a recepcionista
que brilha
no superficial
sendo sempre
outra pessoa


Paraplégico
sentimental
deficiente
emocional
paciente parado
aceitando o inanimado
anulando
o tão mofado
sentimento inicial


E a fé
que no começo
foi citada
hoje é rápida
fétida
como uma fada
voa
dribla meus pés
e nunca será alcançada


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