sábado, 6 de novembro de 2010

Peleja



Peleja
Sandro Sanchez

E outra ação tomei
e em outra grama
macia
depositei meu tronco
e procurei me acalmar
e não confiar mais
em ninguém

Tomei meu rumo solitário
deixe-me só
andar
caminhar
e descobrir
o quanto
a aparência
é importante
aos mortais

Quanto caos interior
ainda terei que suportar?
quantas vontades
ainda terei que reprimir?
e tantos sentimentos
por aí
vagando
em vão

e tantas promesas
tanto barulho
tanta falta de
privacidade
teremos que enfrentar
pra buscar
nem digo que trata-se
de paz
mas o mínimo

de concentração.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

QUERER



QUERER
Sandro Sanchez

Eu quero agora
uma fatia de gás
uma prata opaca
um prato pra lamber
um tato
de cão
uma inconsequência

Quero sim
que todas as minhas imperfeições
se assemelhem
ao ideal
quero
que nunca chegue a hora
de acordar
quero trepar
sem pensar
sem pesar


Quero fazer
e não
me arrepender
fazer por vontade
por impulso
pelo vácuo
pela ilusão
pelo bálsamo


Quando quero
ultimamente não faço
vou adiando
esperando
o melhor
que claro
que sem querer
não é perfeito
mas quero
esperar


Meu caro
se queres
caia
se queres
vaia
se queres
saia daqui
e vá
querer
pra lá


Que por lá
meu caro
podem te querer
mas se
como sempre
não houver
desejo
nem
um "teco"
de segredo
de troca de olhar


Vá querer
pecar
bons tempos
aqueles
que não vivi
bons ventos
as vestes
que caíram
que entumeceram
que maravilhas fizeram
mesmo sem sentido...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DORES


DORES
Sandro Sanchez

O momento de calmaria acaba
a perseguição retorna
e retoma a velocidade de sentimentos
que incomodam
a impacificação
então
de tanto estar ausente
volta
revolta os fracos
e emplaca
na composição
hipócrita
da dor

Pois quem grita não sente de verdade
e quem cala
espera
e sente
de facto
mas não aparece
não se faz ver
nem disto é capaz
então
falece
desfalece
e empobrece
o drama
a banalização
que tanto almejam
os pirotécnicos
que de tão mórbidos
gozam
com o nosso sofrer
calado
que não foi notado.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A LUTA



A Luta
Sandro Sanchez


E a luta que não cai
que não me veste bem
perdoado estou
por ninguém

Mal consigo planejar
a paz
mal consigo parar
de machucar
bem sei
que meus pés
já se cansaram de mim

Para o alto que se tem
o par
então enloqueci
de papo pro ar
então
quero todos
planejo
pratos

e nada
acontece
por que quero
e tudo se vai
que bom que vai
pois comigo
a evolução
é nada


por enquanto eu quero
orgasmos
e só
está bom

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

VÔMITOS


VÔMITOS
Sandro Sanchez

Por mais que eu diga que a fé acaba
que enquanto a esperança esteja viva
sabendo que não estarei sempre forte
apenas saberei
que o pacto com DEUS é o que vigora
que revigora
que infla
impacta
que sem a força
esta fé nunca me basta


Prioritário como a semente que cai
como a onda bate
que os pés descalços
são
estão
e serão empenhados em seguir
como a brisa que molha
como o palco que brilha
quando a luz inunda a pele
e sem sentido
me oriento

E sendo perseguido
pelo parto que a fé do início
sentecia
a cada dia que nasce
a cada pele que escama
e resseca
mas eu persistente
ciente do fim
pois assim o quero
o abrigo
o clero
o bastão no crânio
o tempero ardente


Então errei
mais uma vez
errei
vou tentando ser
quem não sou
e represento
como o motorista
que parece sempre
estável
mas não está
como a recepcionista
que brilha
no superficial
sendo sempre
outra pessoa


Paraplégico
sentimental
deficiente
emocional
paciente parado
aceitando o inanimado
anulando
o tão mofado
sentimento inicial


E a fé
que no começo
foi citada
hoje é rápida
fétida
como uma fada
voa
dribla meus pés
e nunca será alcançada


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

CESSAR


Cessar
Sandro Sanchez

Paro, farto, paro...
hora que não chega,
brilho que não vem
atenção que não tenho
interrompo agora
pois ninguém vê

recuso-me a dar continuidade
para isto
que talvez
seja reconhecido
somente
quando
já terei partido.

Está tudo muito correto
para continuar...

Peço que interrompa
a procura
de brilhos inéditos
vindo do nada.

convido a minha velha
covardia
para dançar
entrego-me
ao material
para poder
ao menos
proferir
e não mais
pecar no atrevimento
de sonhar

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"O" FÊNIX


"O" Fênix
Sandro Sanchez

abandonei por hora o sentimento
qualquer um deles
qualquer dor
arrepio
qualquer sorriso de esperança
lampejo de lembrança
e olhei-me


E vejo-me cada vez mais renascido
ressuscitado
lúcido
impermeável
de volta ao casulo
de tanto procurar-me
aqui estou
e o melhor
vivo
rígido
completo
áspero
mágico
e não mais previsível
tomo rumos
e não erro


Recriando
tomando forma
do disforme
preparado para romper
os corações
mais preconceituosos que existem
que até ontem
não me viam
mas serei indolor
eu acho